Quando as selvas da pátria habitadas
Foram por selvagens turbulentos,
Uns e outros por razoes ousadas
Estranhas aos nossos conhecimentos;
Mais tarde sejam explicadas
à luz de notáveis descobrimentos;
Não muito longe espreitava o clarão
De uma futura civilização.
Esses índios, outros destemidos.
Que trilham as terras brasileiras
Perseguindo, ou perseguidos,
Percorriam extensas cordilheiras;
Mais adiante veriam refletidos
O valor de suas sobranceiras
Pois iriam ajudar na formação
Do povo grandioso da nação.
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Os Tremembés, um grupo verdadeiro,
Formou outro grupo altivo e forte,
Já se apresentando como ordeiro
Desprezando a guerra e a crua morte;
E esse grupo altaneiro
A quem lhes protegia a boa sorte
Foram os Araios, de quem nascia.
A nossa fiel genealogia.
Instalando-se os Araios no lugar
Onde as vias do progresso se projetam,
Levando a industria, à escola, ao lar,
Os trabalhos do homem que atestam
O poder da Natura em criar
Os nossos desígnios que restam;
Dos Araios, Araioses levantou-se,
De araioses nossa causa elevou-se.
Ah! Se os índios Araios, que viveram
Aqui, alcançassem algum poder.
De voltarem para onde lhes nasceram
Seus ramos que têm percorrer
Um longo campo onde floresceram
As sementes da fé e do viver
Juntos com João de Deus, o fundador
De araioses, o seu magno protetor!...
E assim, esta terra confiante
Nas promessas alegres do porvir,
Se propõe a levar muito distante
Seu grande nome. E se conseguir
Que passos e seus planos adiante
Possam os seus filhos conduzir,
A gloria muito cedo alcançarem
E as nossas virtudes contaremos.
Assim as águas do oceano
Conduzem o navegante ao alto mar,
Levando-o a um porto soberano
Onde encontre tudo desejar;
Também aconteça este plano
E tudo de bom nos venha encontrar
Aqui Araioses, nossa Terra.
Que toda esperança em si encerra.
Do livro O canto do Peregrino
Poesias de Raimundo Nonato das Chagas.
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