TEOLOGIA HISTÓRICA
I. A HISTÓRIA , INGRESSO NUMA TRADIÇÃO
Todos os planos de estudo teológicos de vinte anos para cá penetram nos problemas dogmáticos ou de ética através do seu principio. Trata-se de compreender o ser, a vida , a fé da igreja ou do povo de Deusa partir de sua caminhada desde de suas origens. O decreto do vaticano II sobre a formação de sacerdotes, “optatam totius” reflete esses planos.
Denominamos historia o passado das espécies animais , das plantas, da terra. de um individuo de sua a vida social de seus pensamentos. Portanto haverá uma historia do povo de Deus, uma historia das idéias que o alimentam.
A) “TEOLOGIA HISTÓRICA”: PROBLEMAS DE VOCABULÁRIO.
Teologia histórica tem a vantagem de se aplicar uma área muito vasta. Mas suscita problemas quando procuramos definir melhor o sentido das palavras, e nos referimos aos debates que ocupam o primeiro terço deste século. Esses debates tinham um contexto: as introduções das disciplinas historiam e dos métodos comparativos e críticos nas ciências religiosa constituiu uma das causa da crise modernista.
O problema suscitada pela”teologia histórica”, designa um saber na fé. Trata-se da teologia, da atividade mediante a qual o teólogo estuda a matéria documental, bíblica histórica, da qual se alimenta a sua elaboração dos mistérios da fé ou da vida sobre natural da igreja.
B) VANTAGEM DE UM CONHECIMENTO DA HISTORIA.
DESPERTAR PARA O SENTIDO HISTÓRICO.
Em sua Introducion à l’Histoire (1945), Louis Halpen, arrolava os benefícios trazidos pela prática da historia: modéstia, eqüidade, nos julgamentos, prudência contraria a toda pressa intempestiva, duvida racional e razoável, bom senso e comedimento.
A igreja católica do século XIX recorreu inúmeras vezes a uma apologética que procura justifica-la a qualquer custo. O que levou o abade Huvelin a afirmar : “A apologética comum não vale nada; muitas vezes é engenhosa, mas completamente falsa”.
O conhecimento da historia traz em seu bojo a solução de inúmeras dificuldades e permite encontrar “a segunda ingenuidade” , a do adulto informada. Ter o senso histórico significa, para nós , ter consciência de que tudo que precede dos homens muda.
II. A HISTÓRIA DA IGREJA
A) A HISTORIA
Na igreja o que se fez com muita freqüência foi uma exaltação do papado uma apologética com matizes triunfantes.
Representantes da historia fatual: Ch.V.Langlois, Ch. Seignos bos. Procurava de bom grado o acidente, o acaso que frustra as previsões e as concatenações. Mas Marc Bloch e Lucien Febvre, inauguraram a chamada escola dos Anais( 1929), que foram precedida pela obra de H. Pirenne e pela Revue de Synthèse de H.Berr. esses trabalhos visavam uma historia total; a historia humana , para eles , só e plenamente verdadeira quando é social, com base econômica.
B) OBJETO E CONTEÚDO DA IGREJA
O modo de compreender o objeto e conteúdo da historia da igreja esteve não apenas na dependência modo de ver a história geral, mas nos movimentos interno da igreja e da forma como ela compreende a si mesmo. Ao invés, uma igreja que si ver acima de tudo como povo de Deus na caminhada dos homens interessa pela vida de todo corpo, por sua “base”; vê a igreja em relação não de dominação mas de intercambio com o mundo , com a cultura etc.
C) NATUREZA OU ESTATUTO DA HISTORIA DA IGREJA
Os historiadores afirmaram que a historia da igreja é disciplina teológica , não apenas à sua matéria mas devido a seu estatuto de ciência. O objeto de estudo da igreja é o desenvolvimento , no tempo e no espaço, da igreja instituída por Cristo.
1- O historiador que aborda os fatos cristãos deve ter, senão uma experiência religiosa pessoal pelo menos um conhecimento simpático dos testemunhos dessa experiência.
2- É preciso reconhecer a existência , sobre diversos aspectos, e a originalidade de um tempo da igreja . esses aspectos são: a) a qualidade sacramental daquilo que a igreja opera ao atualizar o um mistério passado, a Páscoa de Cristo, para fazer disso seu vida. b) os acontecimentos da graça mediante as “missões”, visível ou invisível , do Verbo e do Espírito.
III- HISTORIA DOS DOGMAS
A) Dogma Palavra grega que significa decreto. Entende-se por Dogma o enunciado de uma verdade contida na Revelação e que o magistério da igreja propõe à crença em uma formula autentica, seja por um julgamento solene, seja quando menos, por seu magistério ordinário e universal ou pela fé que ela professa ou celebra.
A historia dos dogmas , é uma historia muitas vezes complexas e sinuoso, no qual foram feitas intervenções reguladoras e normativas, da igreja, cujo termo a determinada intervenção normativa. Todo historiador, ainda que não seja crente ou católico, pode e deve reconhecer essas intervenções, escreve-las. O historiador católico trabalha com o pressuposto de uma homogeneidade de sentido desde as origens, até o final, através dos momentos do processo. Foi feita uma distinção entre tradição puramente histórica e tradição dogmática.
IV.A HISTORIA DAS INSTITUIÇÕES E DO DIREITO
A noção de instituição permanece vaga , excessivamente ampla . G. Le Brás define:
“ Uma estrutura duradoura, ajustada para vida coletiva”. De acordo com alguns teóricos, a instituição é uma fundação, mesmo que este venha desembocar numa corporação, voltada para o futuro , que se opõe ao contratual. No que tange a igreja , a instituição é inseparável de processos instituidores tais como confissão de fé e os sacramentos. Por outro lado, a historia de inúmeras instituições (sacramento , papado, por exemplo) diz respeito a historia dos dogmas e poderia ser apenas uma parte da historia da Igreja vista sobre uma ótica documental e jurídica própria.
Para que haja maior clareza , distinguimos os vários níveis da qualitativamente diferente nas instituições :
Primeiro nível ficaria as instituições recebidas da igreja apostólica : Escrituras , sacramentos (batismo e eucaristia em primeiro lugar) e mistério de Pedro...Essas instituições de direitos existem concretamente na historia.
Segundo nível, mais organizacional , é mais relativo ainda . é o nível das instituições eclesiásticas , que a igreja atribui a si mesma para viver sua vida e exercer sua missão( os concílios , os rituais)
Segundo nível é os das instituições temporais da igreja, muitas vezes denominadas instituições cristãs: escolas, hospitais corporações e organizações econômica , Estado Vaticano ( como suporte temporal do ministério)
V. PATROLOGIA OU PATRÍSTICA
Distinguem (em princípios) “Padres” dos “escritores eclesiásticos” : aqueles são recomendados pela doutrina e reconhecido como autoridade pela Igreja. Tertuliano e Orígenes são mais que autores eclesiásticos... E Padres incontestáveis cometeram erros ( Irineu : seu milenarismo). Agostinho, Op. Impc.Iul,I117. são na Igreja, doutores e “padres”apenas na medida em que seu ensinamento é conforme ao sentido dela , e não por por posições , se as tivessem , que mas lhes seriam particulares , pessoais. Mas eles merecem o nome de padre s por que tiveram a graça de determinar al go na vida da igreja.
Os padres , em geral são definidos pelos seguintes critérios , que devem ser assumidos cumulativamente : ortodoxia da doutrina , antiguidade, santidade de vida, aprovação pela Igreja , sobre tudo pela Igreja romana , em cuja comunhão os autores viveram e morreram.
Em síntese os padres são portadores da Tradição pois eles comunicam o espírito do cristianismo o sentido da Igreja. Apesar de tanta diversidade não e a toa que se diz no plural “ os Padres”tem a capacidade de conduzir tudo paro centro: Deus que é Trindade , se fez homem que o homem se tornasse divino.
VI. HISTORIA DA LITURGIA
Distingue no conteúdo da liturgia o que é imutável por ser
de intuição divina, do que está sujeito à mudança : o que constitui o objeto da história.
Alguns exemplos nos mostrarão o interesse, da historia da liturgia para teologia:
1. O fato de que, do final do século II ao século IX, trinta e quatro Papas escolhidos enquanto eram diáconos tenham sido sagrados bispos de Roma sem passar pela ordenação plesbiterial.
2. Os escolarticos mais abalizados e mais esclarecidos não dispunham de informações históricas. Tomaz de Aquino, julgava que a matéria do sacramento da Ordem fosse a “porectio dos instrumentos” , e a forma, as palavras que a acompanhavam: “accip potestatem...” .
VII. HISTORIA DA ESPIRITUALIDADE
A religiosidade é objeto de uma disciplina particular. O teólogo pode constatar que o que ele estuda já foi vivenciado, provado. Bem como em outras áreas o estudo da espiritualidade é indispensável mas nada substitui a consulta direta aos autores.
A espiritualidade do leigo, espiritualidade conjugal, espiritualidade do sacerdote diocesano. Trata- se de distinções teologicamente discutíveis, mas historia, da conhecer ao passado pode mostrar a origem e o propósito desses anseios.
VIII. HISTORIA E ECUMENISMO
A conjunção da abertura a inúmeras possibilidades de relação entre os cristãos desunidos. O vaticano II em suas repercussões merecem um estudo a parte. Pode significar o papel do conhecimento da historia no trabalho ecumênico.
A historia pode influenciar de três maneiras : a) conhecimento e a valorização do que é comum, da herança da “Igreja indivisa”: padres, liturgia e missão . b) o conhecimento das causas e do desenvolvimento das rupturas.: como se chegou a esse ponto “razoes não-teológicas” ( culturais ,políticas , paixões ,humanas ,indivíduos ) foram determinantes , juntamente com razões doutrinais incisivas e leva a conclusão que a separação se estriba em meros mal entendidos.