sexta-feira, 19 de março de 2010

Origem de Araióses



Ana Claudia da Silva Lula
Adriana Caldas
Francisco de Assis Almeida
José Arnaldo Machado
Josemar Nascimento
Luciana Araújo Almeida
Maria da Conceição Pereira
Maria da Conceição Reis
Maria de Jesus Brito Aguiar





A Origem de Araióses

Relatório referente a atividade de pesquisa com dimensão sociedade, como requisito de obtenção de notas no componente curricular Prática no Primeiro Semestre de 2005


1- Resumo


Araióses situa-se na região leste maranhense, no Baixo Parnaíba, limita-se ao Norte com o Oceano Atlântico, ao Sul com os municípios de Magalhães de Almeida e São Bernardo, ao Leste com o Rio Parnaíba, e ao Oeste com os municípios de Água Doce e Santana do Maranhão.
Teve sua origem na aldeia dos índios Araios, da ramificação dos Tapuias e que habitavam o Norte do Piauí e o Leste do Maranhão. Foram disseminados pela ação dos colonizadores contrabandistas e piratas portugueses. Antes, porém, se sedentarizaram dando origem a uma aldeia, que transformou-se em freguesia, vila e em 29 de março de 1938 elevou-se a categoria de cidade.
Sua economia baseava-se na produção de cana-de-açúcar, cera-de-carnaúba, algodão, arroz e demais gêneros alimentícios temporios.
Araióses hoje se difere do passado, seu desenvolvimento apresenta-se de um crescimento vegetativo em face da globalização.
O município é privilegiado por natureza, situa-se às proximidades do Delta das Américas, podendo assim, desenvolver seu potencial


2- Introdução


Abordamos através do presente relatório o processo de desenvolvimento do atual município de Araióses: em destaque a origem, o processo de emancipação política, em predominância os aspectos políticos, sócio-culturais e econômicos.
Comparando a economia de décadas anteriores e seu lento crescimento com os dias contemporâneos.
Sendo o mesmo de grande relevância para a sociedade, demonstra que é necessário basicamente incentivo para tais ações no âmbito social.

3- Objetivos


3.1 – Geral:
Resgatar a história do processo de formação e emancipação do município de Araióses.

3.2 – Específicos:

* Realizar a reconstrução histórica;
* Resgatar a origem de Araióses para torná-la pública e acessível à sociedade araiosense.

4- Material e Métodos


Trata-se de um estudo de caso in lócus. Com abordagem qualitativa baseado em levantamento bibliográfico, documental e de dados da realidade através de pesquisas e entrevistas a populares.
As pesquisas foram desenvolvidas no período de março a abril de 2005.

5- Resultados

Origem:
A pretensão desta reconstrução histórica pretende resgatar a identidade da sociedade de Araióses, para que seus filhos futuros dispunham da oportunidade de conhecer sua história.
Na concepção de Paulo Oliveira, Assír Alves da Silva, Francisco Iweltmam Vasconcelos Mendes, Arquivo Público do Estado do Maranhão Circulo Cultural de Araióses, Alfredo Wagner Berno de Almeida.
As primeiras tentativas de exploração da costa nordeste maranhense foi encravada ali no delta parnaibano e procederam-as de colonização desde os índios 1571, quando Nicolau de Resende e seus companheiros promoveram as primeiras jornadas aludida costa.
Outras tentativas foram verificadas em 1581 por Diogo Lopes, a mando de Martin Afonso de Souza, o qual partindo da Serra da Ibiapaba no Ceará, esse no Delta do Parnaíba, tentando a conquistas daquela costa maranhense, quase inacessível e na qual Pereira da Costa, partiu em perseguição aos índios e de alguns franceses seus aliados, em cujo alcance fez quatro jornadas até o rio chamado Árabe, onde se alojou a expedição. Os franceses em referência aliados aos gentios, tratavam-se de corsários sob a chefia de um certo “Mr. Mombille” sendo este pirata contrabandista de pau-brasil, âmbar e os demais gêneros comercialmente cobiçados na França.
(Oliveira, Paulo. Panorama Histórico de Araióses, Tutóia p. 13)

Araióses – Denominação atribuída aos primeiros habitantes locais, os índios, segundo o pároco Monsenhor Flávio de Souza Barros, devia-se chamar Araióz, mas devido ao aportuguesamento passou a chamar-se Araióses.
Habitavam a região diversas tribos, entre elas os Tamoios, os Gamelas, os Tapuias e os Tremembés, índios fortes, com enormes habilidades na água, podendo resistir longos períodos debaixo d’água. Habitavam todo litoral maranhense e comunicavam-se com tribos de Vitória do Mearim.
Sobre a origem dos Tremembés, sabe-se que nesta ocasião, no ano de 1699, um pequeno grupo de índios, liderado pelo jovem “Arinhã”, contando apenas 20 anos de idade, separou-se de sua tribo, em razão da morte de seu pai o índio “Araio”, que faleceu corajosamente, quando entendia o desembarque de holandeses na praia do Arpoador, próximo a Tutóia, juntamente com outros índios Tremembés. Após este episódio, o filho do índio Araio, Arinhã, reuniu alguns dos familiares mais próximos, entre eles a mão, a irmã e partiram em direção ao leste maranhense, ao Delta do Rio Parnaíba, passando por lugares onde atualmente situa-se os povoados de Frexeiras, Barro Duro, Carnaubeiras e Água Doce, dirigindo-se às proximidades do Rio Magú. Em janeiro de 1701, atravessaram o Rio Magú instalando-se diretamente no local onde hoje estão os alicerces soterrados na antiga Aldeia. Posteriormente, os índios passaram a acreditar que o rio fazia a separação entre os dois mundos.
Em 1702 o índio Arinhã contraiu matrimônio com a índia Arinã, nos anos que se sucederam nasceram seus filhos Aritã e Arivã.
Segundo Machado; no sentido de manter as relações sociais com outras povoações como, por exemplo: saindo uma estrada da Aldeia convergindo ao Para-Mirim, Lagoa das Cafusas à Passagem do Magú, ao Gado Bravo, ao lago do João Peres, Mariquita, Cumbre e Três Irmãos, isso no sentido de expandir os domínios da Aldeia, dando origem aos povoados, (três irmãos eram índios). “O chefe dizia: minino vai lá no João Peres, diz pra ele vim cá fazer um serviço, João Peres era índio. Lagoa das Cafusas volta para o Para-Mirim, aí vem a outra para Água Fria, atravessando para o Cumbre e Passagem do Magú, a outra que vem de João Peres, faz o encontro aqui travessava aqui para o Gado Bravo, a outra passando aqui pelo meio do Baixão ia até Três Irmãos. Eram sete bocas de estradas fazendo averiguar tudo num encontro só”.
(Machado, Bento. Entrevista realizada em 10-07-1997)

Os índios Araios não eram antropófagos. Quanto aos seus ancestrais. O índio Arinhã resolveu agrupar seu nome ao nome do rio passando a chamar-se Arinhã-magú.
Em determinada ocasião os Ameríndios celebravam o ritual das águas, quando surgiu João de Deus Magú, que teria sido atacado se o chefe Arinhã não o tivesse resguardado. Posteriormente, João de Deus Magú passou a conviver com os mesmos, deforma a exercer influência e liderança sobre aqueles ameríndios já civilizados e convertidos ao catolicismo.
Popularmente divulga-se que o principal colonizador foi João de Deus Magú, segundo a história seu nome era João Magno e os índios não sabendo pronunciar corretamente Magno, chamavam-no Magú, daí o nome João de Deus Magú.
Por volta de 1770, João de Deus Magú viajou para Portugal, com o intuito de conseguir um titulo de posse, para assegurar as glebas de terra que tinha sobre domínio. Trouxe consigo uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, ofertada pela rainha, tendo a recomendação de que deveria ergue um templo para a veneração da mesma. Dom João VI entregou-lhe uma farda com galões, uma coroa e uma espada de ouro, que por ocasião de sua morte foram enterrados consigo a 15 palmos de profundidade.
Construiu-se então a 1ª Capela sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição.
“O fervor católico, que então dominava, levou os índios chefes de aldeias, João de Deus Magú e Silvestra da Silva, a doarem a Nossa Senhora da Conceição as glebas de terras que tinham em “Santa Rosa” e no Para-Mirim, para nelas se situarem fazendas onde fossem criado o gado vacum que já possuía por esmolas e outros animais que para o futuro lhes fossem doados”.
A escolha desta imagem Nossa Senhora da Conceição está atribuída ao primoroso e erudito Padre Francisco de Assis Memória, que era devoto da referida imagem e a cultuava-a no Ceará.
Consta na memória oral dos araiosenses mais velhos que nesta ocasião o lugar original de cultuação da imagem era a Aldeia de Araióses, mas como a notoriedade da imagem vinha ganhando adeptos ao culto e como os meios de transportes ficavam distantes, retiraram a imagem da Aldeia e edificaram uma capela para a mesma nas proximidades onde hoje encontra-se a matriz. Como os índios não concordavam com tal ação a roubavam à noite. Por diversas vezes repetiram o ato, mas durante o dia o padre ia buscá-la.
Este fato deu origem a denominação “Enjeitado”.
(Marques, César Augusto. Dicionário Histórico e Geográfico da Província do Maranhão, Cia Editora Fon Fon e Seleta, Rio de Janeiro, Março de 1970, 3ª Edição p.84 )

Quanto ao patrimônio da santa, Marques nos conta que após a morte dos doadores dos bens que o constituíram, a mesma se desfez da seguinte forma:
“Mandou o Governo da Província, a 9 de setembro e 18 de novembro de 1844, inventariar os bens desta capela a fim de serem incorporados aos próprios nacionais, visto estarem nos termos do alvará de 14 de janeiro de 1807.”
Após esta usurpação injusta dos bens da santa com o aval da justiça, a igreja (congregação católica) caiu em decadência, pois não mais contava com os excedentes que lhe eram atribuídos ademais.
“Diante das circunstâncias inseridas no contexto social, da comunidade, a construção da capela erguida à Nossa Senhora da Conceição de Araióses, que contribuiu para o surgimento do povoado Araióses, a proporção que as pessoas devotas se dirigiam à localidade as providencias eram tomadas no sentido de fixarem a terra e dando condições a formação de uma freguesia, vila e mais tarde município ”.
Com o inicio da expansão da freguesia, assim como no contexto nacional, também teve seu período escravista negreiro. Tendo em vista a necessidade de mão-de-obra para a implementação e aumento da produção de bens de consumo, tais como: a cana-de-açúcar e o algodão, enriquecendo os senhores de engenho.
Este período deu origem a povoações, que persistem até hoje, o Mocambo e o Zumbi, que eram pontos de refúgio e de resistência negra. Eles participaram da Guerra dos Balaios que teve uma passagem por Carnaubeiras, onde hoje alguns moradores guardam restos de utensílios utilizados pelos mesmos.
Em meados dos séculos XIX, ao lado das forças imperiais, lutaram bandos armados de escravos para em troca, receberem alforrias e terras.
Com a Lei de Libertação dos Escravos, os mesmos ficaram a esmo, alguns continuaram a prestar serviços aos seus ex-senhores, a maioria aglomerou-se às proximidades do local onde hoje encontra-se o povoado Frexeiras.
Coma visita do Governador Joaquim de Melo e povoas que achou o lugar de boa localização e terras de excelente qualidade para o cultivo de algodão, foi instalada uma fábrica de tecidos com a introdução de tecelões e mestre com conhecimentos a fim de botar a fábrica para funcionar. Há indícios de que a referida fábrica foi instalada no lugar denominado Tapera, próximo a João Peres. E em 10 de novembro de 1951, ficou conhecida por Freguesia, pois era a célula “mater” do arraial.
(Almeida, Alfredo Wagner. Terras de preto)

A partir de 15 de maio de 1893 pela lei estadual nº 53 elevou-se a categoria de vila não chegando a ser administrada pelo sistema de Conselho de Intendência Municipal.

Processo de Emancipação de Araióses

O processo de emancipação do Município se deu devido ao golpe nas instituições democráticas, prescritas pela Carta Constitucional de 10 de novembro de 1937, voltando o país ao regimento intervencionista. Para o seu desenvolvimento econômico destacaram-se a cera-de-carnaúba, a cana-de-açúcar e o cultivo de arroz e algodão.
Os primeiros lideres locais foram João de Deus Magú e Silvestre da Silva, a partir da Revolução de 1930 até agora a chefia do governo municipal de Araióses foi exercida pelos seguintes interventores e prefeitos na ordem abaixo relacionados:
Deposto pelo Prefeito Constitucional de então Domingos de Freitas Diniz, pela Força Revolucionária foi nomeado interventor municipal o Comerciante Francisco Dionízio da Silva o qual exerceu suas funções por alguns dias, sendo substituído pelo Tenente da Policia Militar Felipe José Ribeiro Mota. Depois foram feitas sucessivas substituições dos interventores municipais nomeados na seguinte ordem:
1- Francisco Dionísio da Silva (06.12.1930); 2- Tenente Felipe José Ribeiro Mota (1931); 3- Emilio Neves de Alceu; 4- Herculano Pastor de Almeida (1932); 5- Lauro Pastor de Almeida; 6- Antonio Ibiapino Filho (1933); 7- Francisco José de Seixas; 8- Agripino Atayde Lima (1935); 9- João Batista de Freitas Diniz (11.11.1936 a 10.05.1937); 10- Abílio de Brito Pereira (10.05.1937). Que fora substituído pelo farmacêutico Agripino Atayde Lima, João Baptista Freitas Diniz e Abílio de Brito Pereira.
As Gestões administrativas referidas acima foram durante o período de dezembro de 1930 a julho de 1937. O prefeito Eduardo Luis dos Reis pela qual exerceu suas funções apenas por poucos meses, de julho a dezembro, sendo substituído por ato interventor federal do Estado, em virtude da Carta Constitucional voltando a um regime invencionista.
No dia 03 de janeiro de 1938 assumiu as funções de prefeito nomeado em comissão o Dr. Oreste Mourão, foi neste governo que Araióses passou a ser cidade. Logo foi substituído no dia 1º de março de 1938 pelo interventor Belarmino Freire que ficou até junho de 1946, foi substituído pelo prefeito eleito João Batista Freitas Diniz, sendo mais tarde substituído pelo presidente da Câmara Municipal Pedro Alexandrino Lindoso.
Para o qüinqüênio de 1957 a 1961 foi eleito o prefeito Sebastião Furtado de Mendonça.
De 1961 a 1966 tomou posse o prefeito Silvio de Freitas Diniz.
Para o triênio de 1970 a 1973 foi eleito o prefeito José Marque Furtado.
Para o pleito de 1973 a 1977 foi eleito Silvio de Freitas Diniz, para terminar o mandato, tomou posse o Vice-prefeito Oscar de Freitas Dutra. A partir de 1977 a 1982 foi eleito e empossado o prefeito José Cardoso do Nascimento, em seu mandato o Hino foi executado e a Bandeira foi hasteada pela primeira vez.
De 1983 a 1988 foi eleito o prefeito Tito Ferreira Gomes. De 1989 a 1992 foi eleito o prefeito José Cardoso do Nascimento. De 1993 foi eleito o prefeito Vicente de Paula Moura. No ano de 1997 a 2002 foi eleito Francisco das Chagas Costa. Em janeiro de 2001 a 04 de maio do mesmo ano Vicente de Paula Moura faleceu, deixando à frente da prefeitura o Vice-prefeito Sr. Pedro Henrique Silva Santos.
A partir do dia 1ª de janeiro de 2005, assumiu o atual prefeito José Cardoso do Nascimento.



Araióses Hoje


Araióses situa-se a 462km de São Luis, 378km de Teresina e 75km de Parnaíba-PI.
Ocupa uma superfície de 1.596, 1km2, onde abriga uma população de mais 35.000 habitantes, sendo a maioria na zona rural.
O clima é tropical, semi-árido e quente, com duas estações distintas a chuvosa (inverno) e a seca (verão), com temperaturas que variam entre 24ºC e 33ºC.
A cobertura vegetal e bastante diversificada, predomina o relevo suave ondulado.
A rede hidrográfica é forma pelas bacias do Rio Parnaíba o qual desmembra o Santa Rosa e as do Rio Magú com o Mariquita contribuindo para a formação de ilhas, ilhotas e igarapés.
O Abastecimento de água é realizado pela Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão – CAEMA e a energia elétrica pela Companhia Energética do Maranhão – CEMAR.
O transporte consiste no rodoviário e hidroviário. Os meios de comunicações dispõe de uma agência de Correios e Telégrafos, serviços telefônicos convencional e celular pela TELEMAR, com a existência de 05 rádios comunitárias – FM, sendo todas localizadas na sede, de curto e médio alcance, sendo que na maioria do interior dispõe da comunicação radiofônica realizadas pelas rádios de Parnaíba-PI.
A situação educacional no município é bastante “preocupante”, pois, o estado de funcionamento da maioria das escolas estão funcionado de forma precária. Juntamente com o quadro de professores.
A última pesquisa realizada pelo SINDSEP-MA consta de:
 Professores concursados nível I – 156
 Professores concursados nível II – 26
 Professores concursados nível IV – 85
 Total de Professores concursados e estáveis – 267
 Professores contratados I – 161
 Total geral de Professores concursados, estáveis e contratados do município – 428.
Sendo o um dos itens avaliados pelo IBGE para detectar os piores índices de IDH com relação ao estado e ao país. Liderando assim o rancking 1 dos municípios mais pobres da federação.
Araióses conta atualmente com 02 hospitais, um municipal, outro regional, 02 laboratórios bioquímicos, 01 consultório odontológico, 74 Agentes Comunitários de Saúde.
As atividade econômicas estão centradas no extrativismo, agricultura, pecuária e agroindústria, comércio sendo que o turismo uma atividade não desenvolvida por parte dos gestores.
A atual situação política-administrativa encontra em atual estado de regresso, pois o atual gestor deixou de acompanhar as transformações, nas legislações a níveis administrativos.


Considerações Finais


Não queremos no fechamento deste relatório deixar conclusões indiscutíveis, definidas ou dogmáticas, mas, sim, levantarmos questionamentos que nos auxiliem a refletir sobre os resultados da pesquisa sobre a origem de Araióses.
Com a inclusão de outras culturas, a população araiosense abre mão de seus costumes e tradições.

Referências


 SILVA, Assir Alves da. A Colonização do Litoral Leste do Maranhão. São Luis. UEMA 1997, 227p.

 ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Terras de Preto no Maranhão. São Luis.

 FREITAS, José Alencar Carneiro. UnB. Brasília 2000.

 OLIVEIRA, Paulo. Panorama Histórico de Araióses e Tutóia.

 MENDES, Francisco Iweltmam Vasconcelos. Educação e Sociedade (da Colonização a Primeira República).

 Coleção de documentos do Arquivo Público do Estado do Maranhão.

 MACHADO, José. Pequenos trechos sobre a história de Araióses.

 SILVA, Antonio de Pádua Monteiro. SANTOS, Edson Francisco dos. ALMEIDA, Iraci de Jesus. Circulo Cultural de Araióses.

 CAMPOS, Humberto de. Critica. Série III.

 Consta o número de 90 entrevistados.

Os manuscritos bíblicos, Bíblia Palavra de Deus

Os manuscritos originais, isto é , saídos das mãos dos escritores , não existe, nenhum conhecido no momento. Deus na sua providencia não permitiu isso. Se existisse algum , os homens adorariam mais do que seu divino autor . Por exemplo, a serpente de metal posta entre os israelitas como meio de auxilio a fé em Deus (Números 21.8,9: II Reis 18.4).
Além disso , temos a considerar historicamente, quanto à inexistência de manuscritos originais o seguinte:
I) Era costume de judeu enterrar os manuscritos estragados pelo uso ou qualquer outra causa, para evitar mutilação ou interpretação espúria.

II) Os reis idolatram e ímpios de Israel podem ter destruído muitos ou contribuídos para isso como é o caso descrito em Geremias 36,-25.
III) O monstro Antioco Epífanos, rei da Síria (175-164 a . C. ), durante seu reinado dominou sobre toda a Palestina . Profanou o templo e destruiu todas as cópias que achou das Escrituras.

IV) Nos dias do feroz imperador romano Diocleciano (284-305 AD). Os perseguidores dos cristãos destruíram quantas copias acharam das Escrituras Sagradas. Durante 10 anos Diocleciano mandou vasculhar império a fim de destruir todos os escritos sagrados. Chegou a pensar que tivesse alcançado o objetivo. Durante 10 anos Diocleciano mandou cunhar uma moeda comemorando tal vitória – se enganou.

A literatura judaica afirma que a missão da chamada Grande Sinagoga, presidia Esdras, foi reunir e preservar os manuscritos originais do Antigo Testamento - os de que se serviram os Setenta no preparo da Septuaginta – a primeira tradução das Escrituras.
Copias dos manuscritos originais . Há inúmeros em varias partes do mundo, as três principais são :

*MS Vaticano , Roma
*MS Sinaítico, de Londres.
*MS Alexandrino, também Londres.

Em 1947, próximo do mar morto foi descoberto um manuscrito do profeta Isaias , em forma de rolo, escrito em hebraico, de 100 a .C, sendo assim muito antigo que o mais antigo manuscrito conhecido até então. Muitos outros rolos foram também encontrados e centenas de fragmentos de outras obras. O texto deste manuscrito quando comparado com o das nossas Bíblias , harmoniza-se plenamente . Esta é uma prova singular da autenticidade das Escrituras, pois manuscrito de Isaias tem atualmente 2000 anos de existência!
Os manuscritos bíblicos são sempre indicado pela abreviatura MS..

Enciclopédia Historia Teológica da igreja Cristã
editor Walter . A. Elwell

PANORAMA BÍBLICO

A palavra de Deus escrito na Bíblia.

É lembrada pelos próprios versículos que nela estão inseridos: “Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para meu caminho”.(Sl 119,105); “Tudo o que lemos na Bíblia foi escrito para nos instruir e para manter firme a nossa esperança , com a força e a coragem que a bíblia nos dá” (Rm15,4; cf2tm3,15-17).

A historia da palavra de Deus tem uma marca registrada: a fé do povo de Israel num Deus único que vai se revelando nos fatos de sua historia.
Nas escrituras sagradas você não vai encontrar só questão de religião. Há também questões políticas, econômicas, culturais, sociais e históricas humanas. Os livros que retratam a palavra de Deus foram escritos por pessoas diversas , em épocas diferentes e tem a preocupação maior de transmitira a mensagem do projeto de Deus e de sua presença nos diversos momentos da vida do povo.
Para melhor compreender uma linha da historia do de Israel é preciso consultar varias fontes. Servindo da bíblia e de outros livros científicos ou históricos , que relatam a história dos povos vizinhos de Israel , como o Egito, e a Mesopotâmia , podemos propor esta linha histórica:
De 1811 a 1251 a .C. época dos Patriarcas: Abrão e Sara , Isaac e Rebeca , Jacó e Raquel.
De 1251 a 1111 a. C. libertação do Egito – Moises 40 anos de deserto . Terra Prometida. União das tribos.
De 1111 a 587 a. C. Monarquia Unida. Monarquia dividida. Reis: Samuel , Saul , Davi , Salomão e outros. Profetismo.
De 587 a 198 a. C. Exílio da Babilônia. Domínio da babilônia e da Pérsia. Retorno do Exílio. Restauração. Profetismo
De 198 a 64 a. C. Domínio grego . Invasão cultural . Conflitos dos Macabeus.
De 63 a. C. ou. D.C. Domínio Romano n. Herodianos . Nascimento de Jesus Cristo (ou – 4 a. C.). Vida,pregação , morte e ressurreição de Jesus.
De 31 a 135 d. C. Pregação dos apóstolos. Primeiras comunidades cristãs. Expansão do Cristianismo . Paulo Perseguições . Apocalipse.

O Primeiro livro da Bíblia é o Gênesis , significa “origem”, “nascimento”. Pretende comunicar a compreensão do povo hebreu (perseguido), sobre o começo de tudo . não se baseia em informações cientificas e , sim em experiências de Deus e do seu povo.
A origem (gênese) de tudo é Deus. Ele criou o universo como se estivesse realizando o maior . E concentrou no paraíso terrestre o núcleo de seu sonho. A terra seria um paraíso para o homem e a mulher. Mas logo destruíram o sonho do criador. Desconfiaram. Deixaram-se seduzir por proposta ambiciosa de serem mais felizes que já eram. Nasceu então o pecado que acompanha para sempre a vida humana. O homem carrega desde o inicio a marca do pecado e o sonho de recuperar o paraíso Perdido.
Deus não desanimou com o pecado dos primeiros seres humanos. Começou tudo de novo, por outro caminho. Chamou Abraão e Sara e lhes propôs uma aliança: Eu serei o único Deus de vocês , e vocês confiaram em mim, e eu farei de vocês um grande povo e lhes darei uma terra onde corre leite e mel.



Vida Migrante
Abrão e Sara , Isaac e Rebeca, Jacó e Raquel, são patriarcas e matriarcas, quer dizer , pais e mães do povo. estão na origem do povo de Deus.
A história dessas famílias ou clãs você pode ler em Gn 12-36 conta. Eram historias populares, muito celebradas no meio do povo. Foram escritas mais tarde para mostrar como era a vida dos habitantes de Canaã nos tempos primitivos. Viviam a dura vida de migrantes em busca de terra para plantar e para criar animais. Tinham que fugir para longe das cidades , pois o rei e a corte de cada cidade-estado exigiam pesados tributos e trabalhos forçados nas obras urbanos. Muitas vezes o clima seco destruí ou impedia qualquer produção. Ou, então, eram saqueados por bandidos e salteadores, ou exércitos conquistadores que disputavam o domínio da regioa . Mas, acreditavam no Deus dos pais, que estava com eles e mantinha a promessa de terra e de grande descendência.
A terra onde se desenrolou a historia do povo de Deus se chamou, nos primeiro tempo, terra de Canaã; mais tarde Israel ; e por fim Palestina . situava-se entre duas super-civilizações do Antigo Oriente: mesopotâmia, ao norte e o Egito ao sul . A leste, o mar Mediterrâneo e a oeste, o deserto da Arábia . Tratava-se de uma estreita faixa de terra, com aproximadamente 240Km de comprimento por 120 de largara. Porém uma área em permanentes conflitos , devido às rotas comerciais e militares que atravessam o território.
Experiência Escrava. Fugindo da miséria, da miséria da fome e dos conflitos com a cidade dominadora , muitas famílias , a exemplo de Jacó e de José, saíram de Canaã e se refugiaram no Egito . (ver historia de Jacó e José do Egito em Gn37ss.) Lá viveram por muitos anos, se multiplicaram e formaram um povo identificado pela fé no Deus dos pais . Assustado com o crescimento do povo hebreu, o faraó mandou a submetê-los a trabalhos forçados e ao controle de nascimento de meninos . o sofrimento fez o povo clamar a deus e seu clamor foi ouvido.

O projeto libertador de Javé. Êxodo quer dizer “saída”, “retirada”. O livro do êxodo conta como o hebreu , que vivia escravizado no Egito, foi libertado por Deus, através de Moisés e de Aarão. Essa experiência de libertação da origem ao povo de Israel. E significa mais o povo de Israel passa a conhecer Deus como Javé, o Deus que o libertou da escravidão e o conduziu à terra prometida. De si ele diz: “Eu sou Javé, sou teu Deus , que fiz sair do Egito, da casa da escravidão” Ex20,2 (ver também Dt6, 12; Jz2,1; 1Rs12,18; Os11,1...) .
Javé se revela como que se aproxima do povo (sarça), vê seu sofrimento, ouve seu clamor e desce para liberta-lo. Moises para líder. Tem medo, resiste, pede ajuda de Aarão, e , por fim, enfrenta o desafio . O povo é inconsciente, reclama, desorganizado, faz resistência, reclama, mas vai em frente, caminha e, entre erros e acertos , infidelidades e reconciliações, vão aprendendo a ser fiel ao projeto de Javé e a se organizar dentro dele.
Aparece também o faraó , com seu projeto de escravidão e de morte para o povo. faz oposição ao projeto libertador de javé. É preciso muito esforço, muitas “pragas” para conseguir vencê-lo.
Êxodo de 3 mil anos

Além do tema libertação, o livro trata temas fundamentais da fé e da vida , que atravessaram três mil anos de história e ainda hoje permanece atuais e significativos.

Páscoa : A páscoa primitiva era celebração da colheita, na entrada da primavera. Depois passou, a ser a celebração da memória da libertação do Egito . Jesus Cristo , pela ressurreição , libertou-se do poder da morte e realizou sua passagem (páscoa) definitiva para o Pai .
Aliança de Deus com o povo. Deus estará com seu povo e conduzirá a terra em que emana o leite e o mel . O povo deverá ser fiel a Javé em todos os momentos. A aliança e renovada sempre que, caem os na infidelidade o povo se arrepende e recorre de novo a Javé. Jesus Cristo , com seu sangue sela a aliança definitiva com o Pai.
Os 10 mandamentos : são os códigos de ética de Deus. Constituição que garante justiça , a liberdade e a vida digna para todos. Tem valor perene.
Idolatria : representada pelo bezerro de ouro. Indica a luta dos falsos deuses contra o Deus verdadeiro. O povo sempre vai sofrer a tentação da idolatria e muitas vezes, se deixará seduzir pelo culto aos desuses falsos.
Projeto de nova sociedade: libertado do Egito, o povo de Deus caminha 40anos pelos desertos . foi um tempo suficiente para que se pudesse purificar das marcas da dominação e da escravidão sofridas no Egito.
Nas experiências do deserto , aprendeu a se organizar, a fazer alianças com outros povos sofredores, e, principalmente , conheceu Javé e seu projeto de sociedade igualitária .
Assim ao entrar para a Terra Prometida o povo de Deus estava preparado para uma nova experiência : o tribalismo. Organizadas as doze tribos de Israel , constitui –se uma liga , uma federação que unia todas. Não havia rei , nem exercito , nem capital nem impostos , nem maquina administrativa. Cada tribo era autônoma, tinha seu conselho de anciãos para conduzi-la e, em caso de perigo e ameaça externas , todas se uniam em torno da liderança de um juiz. Sinal de unidade e da identidade do povo era a obediência ao Código da Aliança e adoração ao único Deus, Javé .
Essa experiência de sociedade livre , igualitária descentralizada que defendia o bem-comum, durou 200 anos e não foi mais esquecida pelo povo, que muitas vezes ao longo da sua historia, tentou reconstitui-l, mas sem sucesso.

O povo clama por um Rei.

Assim foi a historia de Israel e Judá. Em busca de um rei que os protegessem de seus inimigos através de uma estrutura mais sólida passa do tribalismo para monarquia A monarquia acabou com a soberania do povo reintroduzindo a opressão no meio do povo. Os principais são Saul, Davi, Salomão entre outros. Os reinos são divididos em dois Israel capitais situadas :, Samaria ao norte e ao sul Judá com capital Jerusalém. Os assírios dominam o Reino de Israel em 722 a . e destruíram a capital Samaria .Levaram os samaritanos para o estrangeiro e trouxeram estrangeiros para habitar o Reino do Norte, com a tentativa de acabar com a identidade do povo de Israel.. Em 586, vieram os caldeus da Babilônia e conquistaram o Reino de Judá no Sul. Destruiu Jerusalém , o templo e levaram ao exílio milhares de judeus , incluindo o rei , sua coroa , oficiais do governo , exércitos, os artesãos e os grandes proprietários. Ficou o povo-da-terra: os pobres, os pequenos agricultores os velhos e todo sofrimento de uma guerra perdida.



Israel povo Crucificado

Os Persas. O exílio da babilônia durou cerca de 50anos. Em 538 a . C. , surgiram os persas , unificados por Ciro, que formou um grande império no Oriente. Ciro parecia mensageiro de Deus . Autorizou o retorno do povo do povo judeu para a Palestina, reconstruir Jerusalém e o templo e organizar a religião judaica. Isso foi feito sob lideranças de Neemias e Esdras, que restauraram o Tora , a Lei de Moisés instituíram o que conhecemos hoje como Judaísmo. O povo-da-terra porém não participou desta restauração , até preferia reorganiza-se no sistema antigo , do tribalismo, que não era centralizado em Jerusalém, nem templo , nem classe sacerdotal , como ficou sendo o judaísmo.
Livre para praticar a religião (lado ideológico), subjugada política e economicamente , viveram os judeus na palestina por 20anos, sob o domínio dos persas. Tinham que pagar pesados tributos (lado Econômico),aos dominadores e era o rei da Pérsia que indicava o governador para Palestina (lado político). O povo em geral, continuava na pobreza e no abandono (lado social), tendo que trabalhar duro para sustentar os nobres , a classe sacerdotal e para pagar impostos.
Os gregos e Romanos. Esse regime de dominação estrangeira continuou depois , quando Alexandre Magno criou o império grego que dominou todo oriente. A Palestina esteve sob domínio dos gregos de 333 a 167 a . C., com a revolta do, sofrendo violenta pressão cultural helenística . Pelo período de 100anos, com a revolta dos macabeus a Palestina viveu uma certa independência e unidade política e religiosa que terminou 63 a . C>, com a ascensão do Império Romano. Em 135 d.C., após uma guerra sangrenta os romanos destruíram completamente Jerusalém e o templo , acabando definitivamente com a experiência do povo bíblico de Israel.
Da dor nasce a Bíblia. Quase toda a bíblia foi escrita justamente no período dominação das nações . O Pentateuco (cinco primeiros livros da bíblia) surgiu na época do exílio da Babilônia. Os livros históricos (Josué, Juizes, 1 e2 Reis , 1e2 Crônicas e Deuteronômio) tiveram suas redações definitivas no pós-exílio, durante o domínio Persa. Os livros sapienciais (Provérbios, Salmos, Eclesiastes, Jô, Eclesiástico, Cânticos dos cânticos e Sabedoria), mais as novelas de Judite, Éster, Rute, Jonas. Tobias, são escritos no período helenísticos. A revolta dos macabeus deu origem aos livros dos Macabeus, e pó r fim o Novo Testamento e foi escrito só o domínio romano.
Repressão e revoltas. Em 20 anos (de 57 a 37 a . C.). Explodem revoltas populares contra o império romano, na Palestina é o grito desesperado da população que não tinha mais alternativa de sobrevivência. O imperador romano nomeia Herodes como rei e seu reinado se estende de 37 a 4 a . C . com repressão brutal ele desarticula e intimida o povo , estabelecendo um período de paz forçada e certa prosperidade. É o tempo da “pax romana”, época do nascimento de Jesus (que ocorreu pelo ano 6 a. C.)De 4 a 6 d.C. transcorrem dez anos de muita violência. Arquelau, que substitui Herodes, promove um massacre de 3 mil judeus, em Jerusalém, por ocasião da páscoa . O povo escapa, (foge para interior e se organiza em torno de lideres motivados por ideais messiânicos O desejo de um messias libertador do povo). Criam–se muitos focos de revoltas que são violentamente reprimidos . Neste tempo, Jesus chega à adolescência, crescendo em sabedoria , estatura e graça...(Lc2,52).
Novo período de relativa paz acontece de 6 a 27 d.C. As brasas escondem sob a cinza . O povo se submete porque percebe que qualquer reação será massacrada pelos romanos. Entra numa nova fase de revisão e busca novo direcionamento para o movimento popular. Jesus , na fase dos 12 aos 30 anos, integra-se na sua comunidade, comunidade, como homem da roça e carpinteiro.

Novo Profetismo. De 27 a 69 d. C., reaparecem os profetas os profetas. João Batista gera um grande movimento popular, batizando no rio Jordão. Jesus parte dele cria o seu próprio movimento. Surgem muitos outros profetas em distintos lugares da Palestina. Todos propõem uma releitura da história de Israel, convocam para um novo êxodo, anuncia a queda das muralhas, um novo ano jubilar e pedem mudança no modo de viver.
O povo está cansado, desnorteado , oprimido pela fome , pobreza , doenças ,desemprego endividamento (Mt20,3.6;18,23-25).Espera a chegada do reino e busca um messias libertador, ou um profeta orientador. Seus lideres – Saduceus, fariseus , escribas ,sacerdotes – aliados aos romanos, ignoram o sofrimento do povo (Lc.15,16;16,20-21).
Deixam que eles caminhem para radicalização e para a destruição , que vai ocorrer no ano 70d.C. (Lc. 19,41-44). Jesus aparece neste contexto . Tem dó do povo e quer congrega-lo. Atento aos sinais dos tempos, vê neles sinal de Deus . Apresenta uma mensagem atual e comprometida com a realidade carente do povo: a defesa da vida.

Grupos Organizados.
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Saduceus. Eram. grandes proprietários, a elite sacerdotal, que controlavam o poder no sinédrio. Exigentes com o povo e colaboradores romanos.
Escribas ou doutores da lei. tinham poder baseado no sabe. Intérpretes das Escrituras especialistas em Direito, Administração e Educação, gozavam de bastante influencia em toda sociedade.
Fariseus. Que quer dizer “separado”, distanciavam da elite e procuravam aproximar do povo. Nacionalistas, hostis aos romanos, rigorosos no cumprimento da lei preparavam –se para a vinda do messias, com oração , jejum, esmolas. Zelotas eram provenientes, em geral da classe pobre. Nacionalistas,fanáticos, queriam expulsar os romanos da Palestina usando a luta armada, se necessário. Por isso muito perseguido.
Funcionários, partidários e simpáticos ao rei Herodes eram chamados herodianos. Tinham o poder na mão por que estavam a serviço do rei. Mantinham os judeus submissos, perseguiam os zelotas. Eles que mataram João Batista.
Qumram, dos essênios. Descobriu-se em escavações recentes, comunidade formada por sacerdotes, dissidentes, leigos, exilados que viviam no deserto , em comunidades, num estilo severo e profundamente religioso.
Grandes proprietários. Eram donos das melhores terras e dos maiores rebanhos , como também,. Como também controlavam o comercio. Viviam na cidade e contratavam trabalhadores para suas propriedades. Recolhiam o excedente da produção e vendiam para paises vizinhos. Para trabalhador assalariado e para o pequeno sobrava pouco porque, além de entregar quase toda sua produção aos grandes comerciantes, precisavam pagar pesados impostos ao governo judeu e ao império romano.
Samaritanos. Habitantes de Samaria . Eram consideradas raças impuras, misturadas com estrangeiros. Tinham seu próprio templo em Garzin e, das Escrituras, só aceitavam o Pentateuco esperavam como messias um novo Moisés
O Templo. A vida política econômica, social e religiosa do templo. No templo habitava Deus puro, santo perfeito, único , separado. A proximidade de Deus (do templo) , era critério de pureza. Mais puro era quem chegasse mais perto do templo. Mais distante mais impuro. Todo judeu tinha que ir ao templo se quisesse santifica-se. Mas ao mesmo tempo aproveitavam ali para vender seus produtos, compra, acertar as contas , pagar impostos , Jesus protestou contra esta situação : “Não façam da casa de meu Pai uma casa de negócios” (Jo2,16).
Havia peregrinações para Jerusalém, para rezar oferecer sacrifícios no templo, como conhecemos na perda de Jesus no templo (lc2,41-42). Mas povo, em geral, se reunia também nas sinagogas , eram pequenas igrejas construída na periferia de Jerusalém e nos povoados do interior. Muitas vezes, juntos às sinagogas, também funcionavam escolas.


Nascimento histórico. Jesus divide a história em antes e depois de dele.
Historicamente situado, Jesus nasceu sob o reinado do astuto e cruel, Herodes , o Grande, mas não sabemos a data exata. Natal é uma festa cristã que substitui e da novo sentido a uma festa romana, mas não é uma cronologia de Jesus. A narrativa do nascimento tem função de relatar o significado de Jesus da bíblia. Criado por Maria e José . Ligado à agricultura e ao artesanato em madeira, como seu pai, José, o carpinteiro, em Nazaré da Galiléia . Jesus teve oportunidade de estudar e conhecer as Escrituras, pois aos doze anos já discutia com doutores do templo se familiarizou com costumes e as tradições judaicas, com as orações , com festas no templo , rituais. Se tivesse viajando para longe para o Egito ou para índia não teria causado tanto escândalos quando começou a pregar em sua terra. O impacto de sua pretensão revela que passou sua infância e sua juventude por ai mesmo, bebendo das tradições, ricas de seu povo e vivendo em meio à pobreza e aos conflitos de terra, de impostos , de desemprego, de arrogância dos grandes - tudo isso fazia parte de sua situação social e cultural . Todos aqueles anos de amadureceram Jesus nas coisas humanas. Nesta época de Jesus , a maioria do povo buscava a sobrevivência trabalhando na agricultura, principalmente na região da Galiléia, e na pecuária, mais desenvolvido a Judéia. Muitos eram pescadores no Mar Mediterrâneo, lago de Genesaré, no Rio Jordão. O povo vivia na cidade trabalhava como empregado do governo nas obras públicas. Mas também havia muita ocupação em artesanatos como, tecidos. couro, madeira ..., e no comercio .
Missão. Por volta de 30 anos nos conta Lucas Jesus partiu para uma missão que não teria retorno. Como fiel israelita passou um tempo no deserto, em contato com o mestre João que batizava perto do Jordão. Ai meditou, rezou discerniu seu futuro . quando João foi preso , Jesus tomou sua bandeira da pregação, foi para Galiléia e ai concentrou sua mensagem na boa noticia para os pobres : a vinda do Reino de Deus. A palavra de Jesus porta o mesmo paradoxo de sua pessoa: dizia coisas muito simples , com linguagem popular e inspirada nas Escrituras. Partia da experiência do povo para contar parábolas , lembrar provérbios e fazer exortações. Falava ao coração , e ainda ressoam suavidade e firmeza no que dizia. Mas falou duro contra a dureza e desmascarou muita hipocrisia e malicia, sobre tudo dos grupos dominantes. Não faltaram palavrões : “víboras, raposa, sepulcros” logo teve inimigos que conspiraram contra ele.
Ele esconde e revela uma mensagem envolvente. Aponta para um lugar perfeito, o Reino de Deus que virá , mas que já está acontecendo. O já e o ainda não, torna a mensagem de Jesus repleta de novidades. Jesus percorre as periferias das cidades, lugares poucos visitados, marcados pelas carências e da vida. Visita casas dos doentes. Passa ao longo das praias onde rudes pescadores recolhem as redes. Ou retira-se para lugar sossegado para meditar e rezar. O messias andando pelos lugares imundos... uma incrível novidade.
Jesus acolhedor. Pois Jesus acolhe prostituta (Lc 7,36-49), pecadores, pagãos, samaritanos, impuros, leprosos, possessos. Os pobres e os desesperados têm vez com Jesus. Deles é o reino de Deus. Jesus convive com gente rejeitada e lhes anuncia o evangelho. Essa é a grande novidade do Reino.
O machismo era impiedoso, mulher e criança não tinham valor, nem para somar e aumentar o numero dos presentes (Mt 14,21) mas Jesus, acolheu , abençoou,curou e amou. No seu Reino, crianças e mulheres são diferentes mas todos têm igual dignidade valor. Surpreendente novidade.
Jesus propõe novos critérios , baseado na justiça, na verdade , na igualdade e no amou.mas isso parece tão novo que cria novas divisões. Proclama que o Reino de Deus, sofre violência e só os violentos o conquistam. Ele mesmo vai a luta a luta e combate a fome , doença, a ignorância, a solidão, a discriminação, as leis opressoras. Coloca-se do lado dos pobres , condena a tirania e a sede de dinheiro dos poderosos e desmascara a falsidades das lideranças civis e religiosas. Sigam o que eles dizem, mas não façam o eles fazem. E declara: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundancia” (Jô 10,10).
E as multidões correm atrás de Jesus . Ele fala como quem tem autoridade . Perdoa os pecado, realiza milagres diz abertamente ao povo que chegou o Reino de Deus . Reino é dado de graça , por Deus , mas quem quiser ser herdeiro converta-se de todos os egoísmo e tome o caminho da cruz . Assusta a novidade.
Morte. Depois de alguns poucos anos- a cronologia tradicional fala em três anos de vida missionária e ambulante , mas provavelmente foi um pouco mais- Jesus subiu a Jerusalém numa festa da Páscoa. Ali conspiraram os chefes judeus e os ocupantes romanos. Não fácil unir poderes que se odiavam, mas o ódio comum contra Jesus já era maior .
Assim Jesus se tornou vítima de um “entregrismo” geral como traição , manipulação, covardia , jogo de empurra-empurra, até para parar oficialmente numa cruz , suplício que os romanos aplicavam a escravos e bárbaros por razoes de Estados.a crucificação de Jesus tem este lado histórico dos inocentes que acabam sendo vítimas expiatórias: “É bom um morrer pela paz geral”, disse o Sumo Sacerdote. Os evangelhos não só relatos históricos, pois querem desentranhar o sentido no âmago da historia, e confessam que Jesus morreu por amor e por fidelidade causa do Reino de Deus para humildes e perdidos.Os discípulos testemunharam experiências de encontros com Jesus vivo e glorioso. Isso não significa que Deus concordou com os que sacrificaram Jesus . Pela ressurreição, Jesus é confessado como “Senhor”

As Primeiras Comunidades Cristãos. Por fidelidade à vontade do Pai e à missão de evangelizar os pobres, Jesus acabou morto numa cruz. Nesta trágica morte, sepultava-se op sonho de muitos Messias libertador. Mas para surpresa e alegria de seus seguidores, aconteceu a ressurreição. E aquilo que parecia o fim, tornou-se o revolucionário começo. Da morte surgiu a vida ressuscitada, força incontrolável que impulsiona o inicio da Igreja e que por dois mil anos vem conquistando a humanidade.
As comunidades cristas foram grandes novidades do inicio do cristianismo. Surgiram das pregações , testemunhos dos apóstolos. Eles anunciavam Jesus Cristo ressuscitado e mostravam que nele estava cumprindo as promessas de Deus do Antigo Testamento,. As pessoas convertidas eram batizadas e integrava-se uma comunidade. Nela procuravam conhecer e viver o evangelho e difundir a mensagem de Jesus os atos dos apóstolos descrevem como seria o modelo de uma dessas comunidades (AT2,42-47e AT4,32-37).
Pelo ano 100 , isto é 70 anos após a morte de Jesus, havia milhares de comunidades ocupando a Palestina, a Ásia Menor, o Egito, tendo chegado até Roma , capital do Império Romano. Só o apostolo Paulo e sus companheiros, em três viagem apostólicas percorrem em torno de 16 mil quilômetros a pé , a cavalo, e de navio, para criar, visitar ou animar comunidades cristãs. Temos também informações do trabalho missionário de Pedro, Tiago, João... E os outros apóstolos e discípulos .
Todos os livros do Novo Testamento estão ligados às experiências de alguma comunidade de cristãos . Elas enfrentam as mais variadas situações tendo que inculturar em ambientes muito diferentes, como eram Jerusalém, Alexandria , Efeso e outras cidades. Da tradição judaica , os cristãos precisam distinguir o que era plano de Deus e o que representava herança cultural superada , como não comer carne de porco , a circuncisão, a convivência com pagãos (impuros).
Em relação aos gregos, surgiam conflitos , porque introduziram a escravatura , descriminavam o trabalho braçal promoviam todas doutrinas e filosofias. Os interesses do Império Romano também causaram problemas aos primeiros cristãos , especialmente na pretensão de poder divino do imperador.
Recordar Jesus, sua prática e seus ensinamentos se tornaram a força divina criativa dos e de resistência dos cristãos das primeiras comunidades. Encontrava-se soluções criativas para impasses e não tinham medo de confessar sua fé mesmo que para isso lhes custasse a vida. Judeus, gregos e romanos sentiam –se ameaçados por este movimento que não parava de crescer . Moviam perseguições , prisões e matanças, mas sem resultado. O sangue dos mártires ia se tornando semente de novos cristãos . graças a eles conservamos hoje nossa fé.

Bibliografia:
Mundo Jovem, edições ano 96

quinta-feira, 4 de março de 2010

“OS ARAIOS”.

Quando as selvas da pátria habitadas

Foram por selvagens turbulentos,

Uns e outros por razoes ousadas



Estranhas aos nossos conhecimentos;

Mais tarde sejam explicadas

à luz de notáveis descobrimentos;

Não muito longe espreitava o clarão

De uma futura civilização.



Esses índios, outros destemidos.

Que trilham as terras brasileiras

Perseguindo, ou perseguidos,

Percorriam extensas cordilheiras;

Mais adiante veriam refletidos

O valor de suas sobranceiras

Pois iriam ajudar na formação

Do povo grandioso da nação.

....................................................



Os Tremembés, um grupo verdadeiro,

Formou outro grupo altivo e forte,

Já se apresentando como ordeiro

Desprezando a guerra e a crua morte;

E esse grupo altaneiro

A quem lhes protegia a boa sorte

Foram os Araios, de quem nascia.

A nossa fiel genealogia.



Instalando-se os Araios no lugar

Onde as vias do progresso se projetam,

Levando a industria, à escola, ao lar,

Os trabalhos do homem que atestam

O poder da Natura em criar

Os nossos desígnios que restam;

Dos Araios, Araioses levantou-se,

De araioses nossa causa elevou-se.



Ah! Se os índios Araios, que viveram

Aqui, alcançassem algum poder.

De voltarem para onde lhes nasceram

Seus ramos que têm percorrer

Um longo campo onde floresceram

As sementes da fé e do viver

Juntos com João de Deus, o fundador

De araioses, o seu magno protetor!...



E assim, esta terra confiante

Nas promessas alegres do porvir,

Se propõe a levar muito distante

Seu grande nome. E se conseguir

Que passos e seus planos adiante

Possam os seus filhos conduzir,

A gloria muito cedo alcançarem

E as nossas virtudes contaremos.



Assim as águas do oceano

Conduzem o navegante ao alto mar,

Levando-o a um porto soberano

Onde encontre tudo desejar;

Também aconteça este plano

E tudo de bom nos venha encontrar

Aqui Araioses, nossa Terra.

Que toda esperança em si encerra.



Do livro O canto do Peregrino

Poesias de Raimundo Nonato das Chagas.